Câncer de Ovário

Cisto Ovariano e Câncer de Ovário

1 – O que é o Câncer de Ovário?

O câncer de ovário é uma doença que afeta mais de 6.000 mulheres no brasil por ano, constituindo-se de uma degeneração maligna da gônada feminina, o ovário.

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É considerado o tumor ginecológico mais agressivo, com metade das pacientes sendo diagnosticas já em estados avançados.

2 – Fatores de Risco.

O principal fator de risco para o câncer de ovário é a idade, sendo essa uma doença que acomete mais pacientes acima de 60-70 anos. O tabagismo e o fato de não ter tido filhos apontam ser outros fatores de risco, enquanto o uso de anticoncepcionais e prole extensa aparentam ser fatores de proteção.

Câncer de Ovário
O tabagismo e a idade avançada são importantes fatores de risco.

Porém o fator de risco muito importante é a história familiar de câncer de ovário e pacientes com essa história devemos ter especial atenção. E atentar ao fato que não somente o câncer de ovário, mas também outros canceres que possuem íntima relação como o câncer de cólon e endométrio.

Câncer de Ovário
A genética é um fator muito importante e deve ser pesquisado em muitos casos de câncer ou suspeita.

A pesquisa genética bem indicada em famílias com casos de câncer muda condutas e pode salvar vidas! Um procedimento que já foi menos efetivo e mais custoso, hoje temos a pesquisa genética totalmente integrada no escopo da avaliação de casos oncológicos.

3 – Sinais e sintomas.

Os sintomas do câncer de ovário no geral são vagos, com a paciente sentindo desconforto associado ou não a dor em pelve. Em alguns casos o crescimento da massa ovariana é visível e palpável, com a paciente percebendo o aumento do volume abdominal.

Câncer de Ovário
Os sintomas do câncer de ovário são pouco específicos, sendo o desconforto abdominal um dos mais usuais.

 

Outros sintomas menos comuns são alterações no hábito intestinal, sangramentos vaginais, dor ou sensação de preenchimento durante o ato sexual. A perda de peso inexplicada também é sempre um sintoma que preocupa e deve chamar atenção.

Devido ao fato de os sintomas serem muito vagos e a doença muito agressiva, qualquer mínimo sintoma de desconforto ou dor pélvica deve ser imediatamente investigado por exame de imagem.

4 – Diagnóstico.

O exame principal no diagnóstico do Câncer de Ovário é a ultrassonografia vaginal, método não invasivo e de baixo custo que permite avaliar com boa acurácia a suspeita de câncer de ovário. Associado a ultrassonografia, também tem uso o pedido de marcadores tumorais associados ao câncer de ovário que podem sugerir o diagnóstico e são importantes numa eventual quimioterapia.

Câncer de Ovário
O ultrassom mostrando áreas sólidas e complexas no ovário sugere de maneira importante doença maligna.

A tomografia infelizmente não é um exame apropriado para a investigação do câncer de ovário e não deve ser pedida nesse sentido. A ressonância pode ajudar a diferencias algumas massas sólidas e avaliar linfonodos e sítios extrapélvicos de doença, que não são adequadamente avaliados pela ultrassonografia.

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A biópsia para confirmação do diagnóstico, como acontece em outros canceres, infelizmente não é possível no câncer de ovário. Isso acontece pelo alto risco de metástase ao se tentar biopsiar um ovário suspeito que no geral possui o aspecto de um “balão de festa cheio de água.” No caso de uma biópsia furar o ovário, há o risco do líquido com células cancerígenas se espalhar e gerar metástases, piorando o prognóstico da paciente.

Dessa maneira, quando a suspeita é de câncer de ovário, a biópsia é feita por retirada cirúrgica completa da lesão devendo-se ter um especial cuidado para que não ocorra a ruptura do ovário.

5 – Tratamento

O tratamento do câncer de ovário é baseado primariamente em cirurgia completa e estadiamento da lesão. Na maior parte das vezes vamos retirar ambos os ovários, o útero, o omento e avaliar a indicação de retirada de linfonodos e outros órgãos eventualmente acometidos.

(figura 5) – O tratamento principal do câncer de ovário é cirúrgico.

Em casos muito iniciais, é possível que a cirurgia seja curativa em si. Porém, a maioria dos casos vai ter benefício com associação de quimioterapia após a cirurgia de maneira adjuvante ao tratamento.

Em casos onde a apresentação inicial do câncer de ovário acomete muitos órgãos e a cirurgia não é possível nesse primeiro momento, temos como opção a quimioterapia antes da cirurgia, na tentativa de reduzir o tamanho tumoral e possibilitar um procedimento cirúrgico.

6 – É possível preservar a fertilidade?

Em casos selecionados de pacientes muito jovens e sem prole, com tumores em estágios iniciais, é possível sim preservar a fertilidade.

Essa é uma decisão muito delicada e conjunto a ela deve também participar o oncologista clínico e toda a família da paciente.

 

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Dr. Vinicius Araújo

Autor deste artigo | Cirurgião Geral | Ginecologista e Obstetra