1 – O que é Histeroscopia?
O nome “Histeroscopia” vem do grego, “Hystéra” que significa útero + “Skopein” que significa olhar, observar. Portanto, é uma técnica que nos permite olhar e observar dentro do útero e em tempos mais recentes também permite a realização de procedimentos cirúrgicos diversos.
O desenvolvimento de um método para observar a cavidade uterina e o interior do útero afim de diagnosticar patologias foi foco de interesse da medicina desde muito cedo, sendo que os primeiros métodos se iniciaram com Bozzini em 1805, há quase 200 anos!
Nesse período a histeroscopia evoluiu bastante e há algumas décadas é considerado o padrão ouro para avaliação da cavidade uterina.
Com o tempo, foram também desenvolvidos materiais específicos que permitiram o tratamento de doenças intrauterinas como pólipos e miomas.
2 – Como é o Aparelho?
O aparelho de histeroscopia é chamado de histeroscópio sendo um objeto rígido com uma óptica em sua ponta, dotada da capacidade de visualizar o interior da cavidade uterina. É acoplado na outra extremidade do aparelho uma câmera que transmite a imagem para uma
televisão onde o médico consegue ver e gravar as imagens.
O histeroscópio é bem fino, permitindo sua passagem pelo canal uterino e possuindo entre 2-3 mm de espessura apenas!
Para a visualização da cavidade uterina primeiro é passado um espéculo vaginal e então se visualiza o colo uterino. Posteriormente é pinçado o colo uterino e introduzido o aparelho a partir do colo uterino e realizado a histeroscopia.
3 – Histeroscopia diagnóstica ou cirúrgica?
Essa é uma diferenciação muito importante e que causa muita confusão.
O motivo da histeroscopia vai ser apenas investigar uma patologia na cavidade uterina ou também vamos tratar algo?
Os materiais usados para os procedimentos são diferentes!
A histeroscopia diagnóstica usa câmeras e camisas que chegam a 4mm e são suportadas em ambiente ambulatorial pela maioria das pacientes. É possível com esses materiais fazer biópsia e até tratar pequenos pólipos endometriais.
A histeroscopia cirúrgica possui instrumental maior, cerca de 10-12mm, e portanto alças de corte e ressecção que permitem retirar lesões maiores e tratar miomas. Para passagem de material desse calibre pelo colo uterino é necessária sua dilatação que deve ser feita em ambiente hospitalar.
4 – Histeroscopia no centro cirúrgico ou consultório?
A histeroscopia diagnóstica, de uma maneira geral, produz desconforto que é aceitável em ambiente de consultório com grande parte das pacientes suportando razoavelmente bem o exame.
Em alguns casos, devido a anatomia da paciente, ou sua própria sensibilidade, findamos por levar a histeroscopia diagnóstica para o ambiente hospitalar. Nesse ambiente é feita uma leve sedação pelo anestesista um bloqueio maior no colo uterino, sendo o procedimento totalmente indolor e na maioria das vezes a paciente nem lembrará do transcorrido.
Outros motivos que comumente dificultam a histeroscopia diagnóstica é o uso de pílulas hormonais, menopausa, virgindade, uso de dispositivo intra-uterino entre outros. Paciente que já tiveram filhos possuem uma maior facilidade com o exame.
“- Doutor, tenho muito medo da dor do exame e gostaria de fazer logo a histeroscopia no centro cirúrgico, algum problema?
– Nenhum problema técnico, podemos fazer se você quiser.
– Existiria alguma desvantagem?
– Técnica não, porém a histeroscopia no centro cirúrgico é mais burocrática, sendo necessário fazer o pedido de procedimento ao plano, realizar internação e todo o trâmite hospitalar como se fosse uma cirurgia. O procedimento no consultório tem como maior vantagem a
praticidade.
– Então onde fazer?
– Onde você preferir!”
“´- Doutor, a histeroscopia cirúrgica só pode ser feita em ambiente hospitalar?”
“ – Infelizmente sim! Nessa modalidade a dilatação do colo uterino é importante e a dor seria insuportável no consultório, além do tempo cirúrgico aumentado.”
5 – Preparo para o procedimento de histeroscopia
Quando a Histeroscopia é realizada em ambiente hospitalar o preparo para o procedimento é semelhante ao da de uma cirurgia comum.
Deve ser ESTRITAMENTE obedecido o jejum solicitado e todos os passos nesse sentido.
Durante a sedação a paciente perde seus reflexos e caso vomite conteúdo gástrico pode levar a complicações importantes, devendo o estômago estar vazio. Qual o tempo de jejum e quais alimentos ou posso comer, posso tomar água e outras informações? Só ir no arquivo de “Orientações pré-operatórias”.
A paciente também deve chegar ao hospital 2 horas antes da histeroscopia. É importante reiterar que quando marcamos um horário no centro cirúrgico ele é um horário estimado.
Cirurgias anteriores e emergências são comuns nos hospitais e modificam toda a logística.
Nesse momento, ter ingerido o “fresubin” como descrito nas “orientações pré-operatórias” fornece um grande alívio ao jejum prolongado.
6 – Como é após a Histeroscopia?
A maior parte das histeroscopias não ultrapassa 60 minutos, com o paciente recebendo alta 4 horas após o procedimento.
A dor e desconforto após a Histeroscopia são no geral pequenas, sendo manejadas com dipirona que pode ser acrescida de outras medicações. Informações sobre doses e quais remédios comprar? Só ir no arquivo “Orientações Pós-Operatórias”
A presença de sangramentos vaginais pode acontecer até 30 dias após o procedimento e irá nos preocupar se exceder 5 absorventes noturnos cheios.
Lembrando que um absorvente cheio possui cerca de 10 ml de sangue.
7 – Histeroscopia Diagnóstica
Existem muitas indicações de histeroscopia diagnóstica: sangramentos uterinos anormais, sangramentos na menopausa, pólipos, infertilidade, avaliação de infecções.
Como comentamos acima, a histeroscopia diagnóstica é o padrão ouro na avaliação da cavidade uterina!
Pode ser feita no consultório, onde haverá maior desconforto, porém com maior praticidade.
Ou pode ser feita em regime hospitalar, onde a paciente não irá sentir nada e na maioria dos casos não se recordará do procedimento.
O melhor caminho é dividir com o médico custos e benefícios dessa decisão!
A presença de sangramentos vaginais pode acontecer até 30 dias após o procedimento e irá nos preocupar se exceder 5 absorventes noturnos cheios.
Lembrando que um absorvente cheio possui cerca de 10 ml de sangue.
8 – Colocação de DIU por histeroscopia.
A colocação de dispositivo intra-uterino por histeroscopia em ambiente hospitalar é o padrão-ouro de segurança e conforto.
Com a paciente anestesiada e sem sentir dor, antes da colocação do dispositivo intra-uterino é feita uma histeroscopia diagnóstica. Nesse momento podemos avaliar a cavidade endometrial, entender seu formato e tamanho adequadamente, se temos a presença de alguma doença, pólipo, sinequia ou septo que possa dificultada a colocação do diu e que não tenha sido verificado no ultrassom.
No próximo passo se introduz o diu da mesma maneira que é feito em consultório.
Por fim, entramos com a câmera e avaliamos o posicionamento do d dispositivo intra-uterino por histeroscopia e o ajeitamos para ficar perfeitamente acoplado à cavidade. Com isso, caso tenha acontecido um acidente durante a colocação do diu, vamos descobrir de imediato e corrigir. O posicionamento preciso além de garantir sua função, também confere menos dor no pós-operatório.
Entendemos o motivo da colocação com histeroscopia ser o padrão ouro?
9 – Tratamento do Pólipo Endometrial por histeroscopia
O pólipo endometrial é como se fosse uma “verruga” do endométrio, a camada que recobre internamente o útero. Seu surgimento pode levar a sangramentos vaginais e desconforto ou ser absolutamente assintomático.
Tenho pólipo endometrial e não sinto nada, preciso retirar mesmo assim?
Sim, claro e com certeza.
Apesar da chance ser pequena, cerca de 1% dos pólipos endometriais vão conter câncer e devem ser retirados, preferencialmente por histeroscopia.
Nesses casos, a paciente será levada para o ambiente hospitalar e sedada. A histeroscopia é indolor e possivelmente a paciente não se recordará dele. Além disso, na maioria dos casos a histeroscopia é bem rápida e alta é fornecida após 4 horas a realização.
A presença de sangramentos vaginais pode acontecer até 30 dias após o procedimento e irá nos preocupar se exceder 5 absorventes noturnos cheios.
Lembrando que um absorvente cheio possui cerca de 10 ml de sangue.
10 – Tratamento dos miomas por histeroscopia
Os miomas são tumores benignos da parede uterina. Podem ser assintomáticos, mas também podem causar importantes complicações na vida da mulher como dor, sangramento e dificuldade de ter filhos.
Os miomas possuem três localizações, subserosos (mais externos ao útero), intramurais (no meio da parede do útero) e submucosos (dentro da cavidade uterina).
Esses últimos no geral são os mais sintomáticos e os que podem ser retirados por histeroscopia!
A retirada acontece com a colocação de um aparelho chamado ressectoscópio acoplado ao aparelho de histeroscopia, com uma lâmina de energia que vai fatiando o mioma e o retirando por pedaços.
A miomectomia é o procedimento mais complexo da histeroscopia e pode ser mais demorado.
Por vezes, não é possível retirar grandes miomas por essa via ou temos que fazê-lo em dois tempos cirúrgicos em dias diferentes.
É interessante revisar a cavidade uterina após a miomectomia afim de desfazer possíveis aderências que forem geradas.
Na maioria dos casos o procedimento é bem rápido e a alta segue após 4 horas do procedimento. Miomectomias mais complexas e com tempo cirúrgico elevado podem exigir maior tempo de internação.
A presença de sangramentos vaginais pode acontecer até 30 dias após o procedimento e irá nos preocupar se exceder 5 absorventes noturnos cheios.
Lembrando que um absorvente cheio possui cerca de 10 ml de sangue.
De todos os procedimentos histeroscópicos, a miomectomia é a que gera maiores sangramentos no pós operatório.
11 – Tratamento por histeroscopia de Septos e Sinéquias uterina
Os septos uterinos são malformações embriológicas onde remanescem traves musculares dentro da cavidade uterina.
Já as sinequias, ou aderências uterinas, são traves de fibrose dentro da cavidade uterina.
Ambas patologias podem gerar infertilidade e sangramentos uterinos anormais e podem ser solucionadas por histeroscopia. As traves são cortadas ou ressecadas, retornando a cavidade uterina ao seu aspecto normal. É interessante em alguns casos fazer a revisão da cavidade por histeroscopia, afim de verificar a presença de novas sinequias ou aderências.
Na maioria dos casos o procedimento é bem rápido e alta é fornecida após 4 horas a realização.
A presença de sangramentos vaginais pode acontecer até 30 dias após o procedimento e irá nos preocupar se exceder 5 absorventes noturnos cheios.
Lembrando que um absorvente cheio possui cerca de 10 ml de sangue.
